O jardim
Chama a atenção o fato de que Deus tenha plantado a “árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal” e que esta não deveria ser tocada. Trata-se de uma reserva ecológica, uma área restrita que a humanidade jamais deveria violar, localizada bem no centro do Éden.
Com isso, Deus dava a entender que há regiões que devem permanecer virgens, livres do contato humano, tais como os resquícios de mata atlântica, as nascentes de água nas serras, os lugares dos quais nossa existência depende, nos dias de hoje. O equilíbrio ecológico depende desse respeito que lhe devemos. Violar essa ordem divina é cometer pecado grave. Os seres humanos violaram essa regra a tal ponto que já não há jardim para que dele sejamos expulsos. Nós é que expulsamos de nós o jardim que Deus nos deu.
Todavia(!), talvez ainda haja tempo. Pois, ainda temos essa memória “genética”, esta bela história dos princípios. Talvez ainda possamos honrar a nossa vocação de sermos “almas viventes”, se nos tornarmos (conversão!) de fato a consciência da terra, se abraçarmos a nossa vocação primeira na promoção e na proteção desse jardim.
Oxalá entendamos de uma vez por todas que o respeito e a preservação não são questões marginais, mas têm que estar no centro da nossa vida. As reservas ecológicas não devem ficar restritas às longínquas, descuidadas e amazônicas florestas, mas no centro da nossa cidade, do nosso bairro, da nossa casa.
Que Deus torne a soprar sobre nós o fôlego da vida de modo que possamos continuar a ser almas viventes, para a sua honra e a sua glória.
Luiz Carlos Ramos
(Extrato da prédica “E Deus plantou um jardim…”,
disponível na íntegra em http://www.luizcarlosramos.net/?p=1382;
Imagem: http://choosepermaculture.com/gardening.php)