A etiqueta do culto
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Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.
(Ec 5.1-2)
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(Texto escrito originalmente para a orientação dos membros da Igreja Metodista em Pirassununga quanto à participação nos cultos semanais.)
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No templo –também chamado de Casa de Oração ou Igreja– os filhos e filhas de Deus se reúnem para adorá-lo em espírito e em verdade, e em comunhão uns com os outros. O culto, que acontece no templo, é a celebração desse encontro, festivo e solene, entre Deus e o seu povo. Esse é o espaço especialmente consagrado para que a Palavra de Deus seja fielmente proclamada e os sacramentos, corretamente ministrados.
A maneira como nos comportamos no templo, a Casa de Deus, deixa transparecer o que se passa no íntimo do nosso coração. Se formos uma alma inquieta, nosso comportamento também será irrequieto; se, ansiosos, também teremos atitudes agitadiças; se estivermos apressados, nossos atos serão precipitados, e assim por diante.
Ora, o mundo é que é lugar de ansiedade, preocupação, correrias, conversa ruidosa, agitação, exasperação, truculência, vulgaridades, disputas, gritarias…
A Casa de Deus, por outro lado, deveria ser aquele lugar abençoado onde podemos serenar nossos ânimos, depor nossas armas, apascentar nossas almas, sossegar nosso coração, acalmar nosso espírito, guardar nossos pés e silenciar nossos lábios.
Da mesma forma que o exterior revela o que se passa no nosso interior, também sabemos que se mudarmos as nossas atitudes superficiais e aparentes poderemos influenciar a nossa condição interna, profunda e essencial.
No culto nós antecipamos pela fé o Novo Mundo de Deus, como há de ser na parousia (quando estivermos definitivamente na presença de Deus). Isso implica que nos comportemos nesse contexto tal como entendemos que a humanidade haverá de se comportar na plenitude dos tempos.
Nós temos um encontro semanal marcado com Deus e com a família da fé. De todos os compromissos da nossa agenda, nenhum pode ser mais importante do que esse.
Quem ousaria não comparecer a uma audiência convocada por um Juiz? Ou quem teria o desrespeito de chegar atrasado a uma reunião agendada com um Chefe de Estado? Portanto, faltar ou chegar atrasado no nosso encontro com Deus não são alternativas cabíveis.
Mas a pontualidade e a assiduidade são apenas alguns dos aspectos relativos à participação nos cultos. Há muitos outros que devemos levar em conta. Assim sendo, vejamos mais algumas atitudes que devem marcar nossa presença no culto?
1. Ao entrar, dedique um tempo para contemplação silenciosa (ajoelhado, sentado ou em pé), pois muito mais importante do que o que nós temos a dizer para Deus é o que Deus tem a dizer para nós.
2. Não converse em voz alta para não desconcentrar o irmão e a irmã que estão em atitude de oração. Da mesma forma, desligue ou configure no modo silencioso telefones e equipamentos eletrônicos –Deus não “curte” quem fica no celular na hora do culto.
3. Caminhe pela nave (espaço central do templo) somente se necessário, porque nossa movimentação pode desviar o foco do culto para o que não é essencial. Principalmente, evite se deslocar durante orações e a leitura da Bíblia –porque é nestes momentos que se dá o diálogo mais direto entre Deus e o seu povo.
4. Seja cortês com todos, cumprimente com o olhar, sorrisos e acenos de cabeça, especialmente os visitantes. Nada nos faz nos sentir mais acolhidos ou bem-vindos do que um olhar acompanhado de um sorriso. Se perceber que há visitantes, informe os dirigentes para que sejam devidamente saudados e apresentados.
5. Seja gentil e paciente, principalmente com as crianças. As crianças nunca incomodam… quem incomoda é o adulto que não cuida das crianças pelas quais está responsável.
6. Ainda sobre as crianças: o espaço reservado no fundo do templo foi pensado especialmente para os bebês e seus responsáveis. Não é um mini-parque-de-diversões. As crianças maiores devem ficar perto de e acompanhar seus pais ou responsáveis aprendendo a participar de todos os atos do culto. Aprender que há limites a serem observados e respeitados será uma bênção que acompanhará essas crianças durante toda a vida.
7. Participe com integridade de todos os atos do culto. Durante as leituras comunitárias, procure respeitar o ritmo da congregação.
8. Durante as orações, sejam elas espontâneas ou escritas, seja sincero, coloque seu coração naquilo que diz e faz. Procure não interromper ou perturbar a oração de outra pessoa, enquanto ela estiver dirigindo uma oração comunitária. Evite pronunciar exclamações ou frases em voz muito alta. Se quiser demonstrar seu assentimento, faça-o com discrição durante a oração, e com vigor ao final, dizendo firme o “Amém”.
9. Durante os hinos e cânticos, tenha em mente que esse é um momento congregacional e comunitário, não individual e individualista, por isso, sua voz não precisa sobressair das demais, e seus modos ou gestos não devem chamar a atenção para si, porque é a Deus que louvamos. Mais do que qualquer instrumento, é a voz humana, que parte de um coração sincero, que Deus quer ouvir.
10. Acompanhe a liturgia impressa com atenção. Isso evitará perda de tempo e dispensará explicações acessórias e permitirá o foco no essencial.
11. Ao final do culto, saia calmamente. Cumprimente o pastor. Participe da confraternização.
12. Lembre-se de que o culto só será verdadeiro se ele continuar por meio dos seus gestos, de suas palavras e da sua vida, durante toda a semana.
Rev. Luiz Carlos Ramos†