Advento, tarefa impossível: esperar o inesperado
Mateus 24.36-44
— Ninguém sabe nem o dia nem a hora em que estes céu e terra passarão. Nem os anjos do céu sabem disso, tampouco o Filho de Deus o sabe, pois esta é informação confidencial reservada somente ao Pai.
Mas uma coisa se sabe: a vinda do Filho do Homem se dará de maneira semelhante ao que aconteceu no tempo de Noé. Naqueles dias, antes de vir o dilúvio, o povo, desatento, se divertia, comendo e bebendo nos banquetes e nas festas de casamento.
Assim viviam, desapercebidos, até o dia em que Noé entrou na barcaça que havia construído. O povo não fazia ideia do que estava acontecendo, até o momento em que veio a grande inundação e tragou a todos.
Ora, o advento do Filho do Homem se dará exatamente da mesma maneira.
Acontecerá, então, que dois lavradores estarão trabalhando na roça: um será pego de surpresa, e o outro, liberado. Duas operárias estarão no moinho fazendo farinha: uma será capturada de surpresa, e a outra, deixada livre.
Por isso, fiquem atentos e vigilantes, porque vocês também não terão como saber nem quando, nem como, o seu Senhor virá.
Lembrem-se disto: se o dono da casa soubesse em que momento viria o ladrão, ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
Por isso, fiquem sempre alertas e vigilantes, pois o Filho do Homem chegará quando vocês menos esperam.
* * *
Oremos:
Nós te encontramos, ó poderoso Deus,
nas circunstâncias mais improváveis:
como uma criança num estábulo
ou um jardineiro ao lado de uma tumba vazia.
Ouve, ó Deus, agora as orações que procedem
das esquinas mais improváveis da nossa vida.
Dá-nos ouvidos para ouvir, ó Deus, e olhos para ver;
que possamos reconhecer tua presença entre nós,
e durante todo este tempo de sagrada alegria,
no qual prenunciamos, cheios de esperança,
a vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Amém.
* * *
Advento significa vinda, chegada. No calendário cristão, essa palavra designa o período de quatro semanas que antecede o Natal. O Advento cristão tem dupla conotação, pois prepara o povo de Deus para recordar a vinda do Salvador Jesus, nascido em Belém, e para prenunciar o seu regresso no Dia do Juízo, como Senhor e Cristo.
Como lembrança, é uma linda festa de aniversário preparada com expectativa e carinho para comemorar o nascimento de Jesus. É ocasião oportuna para contar às novas gerações a maravilhosa história do Natal de Jesus. É também ocasião propícia para recordarmos e aprofundarmos nosso conhecimento sobre esse tão antigo advento, mas acontecimento sempre terno e cheio de novidades.
Como presença, é o tempo para que muitos, que ainda não o fizeram, possam aceitar o convite divino e deixar o Salvador nascer também no seu coração. Para quem já experimentou esse novo nascimento, é ocasião para renovar o compromisso de encarnar o projeto do reino de Deus no seu quefazer diário.
Como esperança, o Advento é o convite renovado para que reergamos os olhos e contemplemos, com fé, o horizonte do novo mundo de Deus. Mais que contemplar em esperança, é-nos dada a oportunidade de retomarmos o caminho para o encontro com Cristo, sempre com os olhos fixos nas estrelas e os pés firmes na estrada.
O Natal de Jesus tem data marcada na folhinha: é sempre dia 25 de dezembro; mas o Advento do Cristo é de data incerta e imprevista. Os que abraçam o Cristo optam pelo Deus das surpresas. Nossos condicionamentos passados não nos ajudam a controlar os mistérios divinos. O Deus de Jesus é imprevisível. Com Ele, ”nada do que foi será do jeito que já foi um dia”, nem no céu nem na Terra. É por isso que chamamos o seu reino de “o novo mundo de Deus”.
O texto do Evangelho de hoje nos desafia a fazermos o impossível: esperar o inesperado: “Por isso,” nos adverte Jesus, “fiquem sempre alertas e vigilantes, pois o Filho do Homem chegará quando vocês menos esperam.”
Enquanto isso, façamos nosso trabalho, quer seja nas roças, quer seja nos moinhos da vida, de tal forma que, quando o dia do encontro com Cristo chegar, seja para nós motivo de júbilo e certeza de dever cumprido.
* * *
Oremos:
Deus inesperado, da justiça e da paz,
desperta-nos, neste Advento,
do sono e da apatia, da indiferença e da insensibilidade,
da negligência do amor e do entorpecimento da esperança.
Que possamos abrir os olhos e erguer a cabeça
em expectativa esperançosa pelo dia da vinda do Senhor.
Amém.
Rev. Luiz Carlos Ramos†
Para o Primeiro Domingo do Advento
| Ano A, 2016/2017
Lindo texto ! Vamos vigiar e orar sempre. Deus esteja conosco ! Parabéns Rev Luiz Carlos. Deus o abençoe sempre !!! Saúde e paz !!!